Centro de Prevenção e Controle das Doenças
Dra. Denise Fernandes Barbosa
Este mês, gostaria de falar um pouco sobre os procedimentos de biossegurança nos consultórios odontológicos e honorários profissionais. De acordo com o Centro de Prevenção em Doenças dos Estados Unidos da América, deve ser adotado o conceito de precaução universal: todo paciente deve ser considerado portador de doenças contagiosas. Assim, os cuidados para evitar a contaminação cruzada devem ser adotados para todos os pacientes que procuram por um profissional de saúde, sem exceção.
Hoje em dia, é muito importante a precaução com relação à contaminação cruzada. A boca é um local de abrigo para muitos micro-organismos. Todo material que vai à boca do paciente deve estar esterilizado, isto é, ter passado pelo processo completo de esterilização, que vai desde a limpeza mais profunda com agente químico adequado, até a esterilização pela autoclave, considerado o equipamento mais eficaz e seguro quando moni-torado através de registro físico, químico e biológico. Para tal, utilizam-se envelopes especiais para acondicionamento dos instrumentais, que devem ser descartados após o uso, como preconizado pela Anvisa e Ministério da Saúde.
odontologia a quatro mãos
Além do mais, o trabalho a quatro mãos é de extrema importância para evitar a contaminação cruzada, assim como utilizar equipamentos de proteção individual, considerados barreiras de proteção, como gorro, óculos, máscara e luvas, que também devem ser descartados após o uso.
Os cuidados necessários para se evitar a proliferação de doenças em consultórios odontológicos requerem uma estrutura adequada com manutenção periódica, envolvendo material de consumo, mão de obra técnica especializada para manter as condições de biossegurança necessárias ao bom andamento das atividades diárias, mantendo os conceitos universais de boas práticas.
Às vezes, quando o paci-ente marca uma consulta odontológica, não entende o porquê da cobrança da consulta, pois “é só para dar uma olhadinha”! Então explico: para sentar um paciente em uma cadeira odontológi-ca, de um profissional que levou parte de sua vida estudando, que teve que dispor de valores consideráveis para instalação e manutenção de um estabelecimento devidamente licenciado pelos órgãos sanitários, que mantém suas obrigações de deveres perante a legislação, mantendo em sua parede da sala de espera uma licença de funcionamento com prazo de validade atualizado, que investe em educação permanente para diagnosticar adequadamente a queixa do paciente, essa olhadinha, chamada consulta odontoló-gica, tem seu custo, na qual o profissional deve primar por todos os cuidados necessários para proteger não só o paciente, mas como toda a equipe de trabalho de outros problemas de saúde que possam vir a acontecer quando esses cuidados são negligenciados.